Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - A oscilação de preços no mercado agrícola é uma das principais causas de prejuízos para os pequenos produtores. Para evitar crises no setor, na hora de comercializar a produção, um novo seguro protegerá os agricultores do endividamento. "O seguro atua como uma medida estrutural, porque antecipa a crise, dando estabilidade e segurança para quem quer continuar no campo”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. O Seguro de Preços para a Agricultura Familiar foi lançado pelo ministério na terça-feira (17) e atenderá, primeiramente, cerca de 550 mil produtores de milho, feijão, mandioca, arroz, soja, sorgo e leite. De acordo com o ministro, as sete culturas escolhidas representam cerca de 80% dos contratos fechados com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), de financiamento aos peuenos agricultores. “A partir do momento em que os agricultores participam do Pronaf, a adesão ao seguro acontece automaticamente”, afirmou. Cassel explicou que em caso de queda de preços o seguro oferece um abatimento proporcional ao que o agricultor perdeu na hora de pagar o financiamento. “Sempre que o preço do produto cair em relação ao de referência [preço da data de quando foi retirado o financiamento], o produtor terá um desconto correspondente à queda do preço”, explicou o ministro. Historicamente, no Brasil existem dois tipos de crises agrícolas: a de preços e aquela motivada por razões climáticas. Para os agricultores que perdem mais de 30% da produção em decorrência de estiagens, enchentes e granizo, foi criado um Seguro para a Agricultura Familiar. Com ele, o pequeno produtor passa a não dever nada para o banco e recebe um recurso para sobreviver até a safra seguinte. Faltava, acrescentou o ministro, um instrumento para ajudar a enfrentar crises decorrentes da oscilação de preços: “Essa variação tem a ver com câmbio e mercados internacionais. E não temos como controlar todas essas variáveis. Com os dois seguros, conseguimos afastar definitivamente o fantasma do endividamento dos agricultores com os bancos”.
