Presidente de CPI defende investigação da Polícia Federal sobre o dossiê contra PSDB

17/10/2006 - 14h24

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse não acreditar que a Polícia Federal esteja retardando as investigações sobre a negociação do dossiê que apontaria políticos tucanos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento.“Posso dar meu testemunho do que vi na Polícia Federal: estão trabalhando intensamente, cobrados a todo momento pelo juiz e pelo Ministério Público Federal”, afirmou. Segundo o deputado, não há nenhuma "medida, providência, recomendação ou solicitação" para que se chegue aos responsáveis somente depois das eleições. “Não há isso”, reiterou.Ontem (16), ele esteve em Cuiabá (MT), onde se encontrou com o delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Diógenes Curado, e com o juiz da 2ª Vara do Mato Grosso, Jefferson Schneider.Biscaia afirmou que a origem do dinheiro supostamente usado para a compra do dossiê é ilícita. “Origem do dinheiro é criminosa. Agora, qual é a fonte da atividade - se é sonegação, caixa dois de empresa, corrupção, lavagem de dinheiro - ninguém tem como precisar até este momento”.O deputado acrescentou que as informações do dossiê são conhecidas. “São CDs e alguns documentos que comprovam, primeiro, uma cerimônia no Mato Grosso que não era segredo, e alguns documentos que estão a exigir uma investigação mais profunda com relação ao Barjas Negri [ex-ministro da Saúde] e [do empresário] Abel Pereira. Não sei como aquilo lá motivou que alguém fosse mobilizar R$ 1,7 milhão”.