Copom se reúne e deve reduzir taxa básica de juros

17/10/2006 - 10h19

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária(Copom), formado pelo colegiado de diretores do Banco Central, inicia hoje (17)a penúltima reunião do ano com o objetivo de avaliar a taxa básica de juros(Selic). Atualmente, a taxa está em 14,25% ao ano e a expectativa geral dosanalistas do mercado financeiro é de que caia pelo menos meio ponto percentual,conforme consta do boletim Focus que o BC divulgou ontem (16).A reunião de dois dias começa logodepois das 15 horas e dela participam todos os diretores do banco para ouviremanálises técnicas dos chefes de departamento e do gerente de Relacionamento comInvestidores. As exposições versam sobre controle da inflação, políticamonetária, setor externo, macroeconomia, política fiscal e demais aspectos quepossam influir no processo de “calibragem” descendente da taxa de juros.No entanto, a definição de quantoserá a redução dos juros só sairá no início da noite de amanhã (18), quandoterminar a segunda parte da reunião, da qual participam só os nove dirigentesdo BC (com direito a voto) e o chefe do Departamento de Política Econômica (semvoto).Até o ano passado, as reuniões doCopom eram mensais, mas o BC resolveu espaçá-las, a partir deste ano, paraintervalos médios de 45 dias, reduzindo de 12 para oito reuniões por ano. Dequalquer sorte, os analistas financeiros ouvidos pelo BC mantêm a expectativade quedas gradativas da taxa básica de juros, de modo a chegar ao final do anoem 13,50%.Acreditam, portanto, que na reuniãoagendada para final de novembro o Copom reduza mais 0,25% da taxa Selic, dandoprosseguimento a um processo de flexibilização iniciado em setembro do anopassado, que resultou, hoje, no menor patamar de juros praticado pelo BC desde1975, embora continue sendo o custo mais caro dentre os países emergentes.Mas o caminho para chegar até aquifoi dos mais complicados, cheio de altos e baixos, com pico de 38% ao ano, emdezembro de 1997, como decorrência da instabilidade criada com a crise daRússia três meses antes. Seguiu-se, então, um período de reduções com novaelevação dos juros ao patamar mais alto, de 45% ao ano, em março de 1999,depois da desvalorização cambial em janeiro daquele ano.A partir daí, a taxa Selic entrou emqueda livre, e já no mês seguinte (abril) recuava para 34% e foi caindogradativamente até chegar a 15,25%, em janeiro/fevereiro de 2001. No mêsseguinte, porém, começou nova onda de repiques para cima, até chegar a 25%, nofinal do governo de Fernando Henrique Cardoso, em dezembro de 2002.Jáno Governo Lula, a taxa Selic aumentou para 26,50% em fevereiro de 2003, epermaneceu nesse nível até junho daquele ano, quando entrou em declínio atéatingir 16%, de abril a setembro de 2004. A partir de então começou nova curvaascendente até marcar 19,75% em maio do ano passado, e só começou a cairnovamente em setembro de 2005, chegando ao nível atual.