Valdebran presta hoje novo depoimento à PF de Cuiabá

03/10/2006 - 10h52

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O petista Valdebran Padilha presta novo depoimento hoje (3) naPolícia Federal em Cuiabá. O delegado responsável pelas investigações,Diógenes Curado Filho, quer esclarecer contradições entre o depoimentode Valdebran e o de outros quatro petistas: Oswaldo Bargas, ExpeditoVeloso, Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda.Segundo a PF, emdepoimento anterior, Valdebran Padilha disse que o dinheiro – R$ 1,7milhão – para a compra do dossiê contra políticos do PSDB foi entregueapenas por Gedimar Passos, mas uma análise das imagens da câmera desegurança do hotel onde a transação teria sido feita mostra queHamilton Lacerda entrou no hotel com uma sacola preta. As imagensmostram ainda Lacerda saindo do hotel sem a mala. Os investigadorestrabalham com a possibilidade de o dinheiro para a compra dosdocumentos estar dentro da sacola.Em depoimento à PF na semanapassada, Hamilton Lacerda disse que, na mala, estava apenas materialimpresso de campanha do PT e que, na segunda imagem, captada namadrugada do último dia 15 (dia da prisão de Valdebran e Gedimar),estava um notebook e, em duas sacolas, roupas para Gedimar. A PF fez também apreensão de objetos e documentos em dois imóveis de HamiltonLacerda. Ele é ex-coordenador de comunicação da campanha do senadorAloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. Foram apreendidasagendas, documentos, fitas, CDs e anotações. O material será analisado.APF trabalha para descobrir a origem do dinheiro que seria usado para acompra dos documentos que comprovariam a participação de políticos doPSDB no esquema de venda superfaturada de ambulâncias. Osinvestigadores já sabem que os US$ 248 mil entraram no país de formalegal, numa transferência de um banco em Miami para o Sofisa, noBrasil. A PF pediu ajuda ao FBI para rastrear a origem do dinheiro, jáque os dólares estavam identificados com uma fita da casa da moedanorte-americana. Com relação ao R$ 1,1 milhão encontrado,a PF sabe que vieram de três bancos: Bradesco, Safra e Boston.