Levantamento de custos visa a embasar ações que diminuam gravidade de acidentes

03/10/2006 - 18h20

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Subsidiar a tomada de decisões e a implementação de ações que ajudem a diminuir a gravidade dos acidentes nas rodovias é um dos objetivos do projeto Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras. Os dados do estudo que embasa o projeto foram divulgados hoje (3) em Brasília pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Os números indicam que o custo total dos acidentes nas rodovias brasileiras seja de R$ 24,6 bilhões anuais. Também apontam que os acidentes com morte custam R$ 271.600 no período de um ano, quase sete vezes mais que os acidentes com feridos ou quase 60 vezes o valor despendido com aqueles em que os passageiros saem ilesos.

Segundo o estudo, o número de acidentes caiu 2,4% de 2004 (112.457) para 2005 (109.745). Também caiu em 3,3% o número de feridos no mesmo período (de 87.722 em 2004 para 84.813 em 2005). O número de mortos, porém, aumentou 2,3% (passou de 10.192, em 2004, para 10.422, em 2005).

A idéia é que o estudo forneça subsídios para a tomada de decisão e implementação de ações que ajudem a diminuir principalmente a gravidade dos acidentes nas rodovias. A economista Iêda Lima, coordenadora-geral do estudo, propõe que os governantes foquem as políticas públicas na redução da gravidade dos acidentes e que aproveitem a estrutura do Conselho Nacional de Trânsito para elaboração de políticas públicas. 

“Também é preciso conhecer os dados, analisar os dados, identificar o que está acontecendo, quem morre, quantos morrem, onde morrem, para poder agir", comenta. "Então essa é a primeira questão. Não é culpa do governo estadual, federal. Faz parte do nível de desenvolvimento do próprio país.”Já o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, José Augusto Valente, sugere que seja desenvolvido um trabalho nas escolas de educação no trânsito. “Tanto para si próprios, porque vão ser no futuro ou já são pedestres, e vão ser ciclistas, motociclistas, vão dirigir caminhões, carros de passeio, ônibus, no futuro, mas especialmente para serem um fator de constrangimento dos pais principalmente na condução perigosa”.