Fotos só têm valor político, afirma superintendente da PF

29/09/2006 - 20h24

Elaine Patrícia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, criticou o vazamento das fotografias do dinheiro que seria usado para comprar o dossiê contra políticos do PSDB e outros partidos. Elas foram divulgadas hoje (29) na internet.“As fotos não têm valor jurídico nenhum, só têm valor político. Tudo que a PF não queria, e não quer, é incluir isso [a investigação] num processo eleitoral. Ela tem que ser isenta, ela é uma polícia de estado, não de governo”, afirmou há pouco o superintendente, na sede da PF.Araújo confirmou a veracidade das fotos e disse que foram tiradas ontem, durante realização de perícia. Quanto às imagens do flagrante do último dia 15, quando o dinheiro foi apreendido, o superintendente afirmou que continuam preservadas, e que a decisão de não divulgá-las foi dele.A forma como ocorreu o vazamento das fotografias é uma incógnita. Questionado sobre a possibilidade de ter sido o delegado da PF Edmilson Bruno, que efetuou o flagrante no dia 15 e depois participou mais da investigação, o superintendente desconversou.“Nesse momento, já estão em curso a abertura de inquérito policial para apurar possível violação do sigilo funcional e um procedimento disciplinar para apurar a transgressão do sigilo”, declarou Araújo.Segundo ele, as seis pessoas que estavam presentes à perícia deverão prestar esclarecimentos para que a PF descubra quem foi o responsável. Ele não deu nenhuma dica de quem seriam as pessoas. O depoimento de Freud Godoy, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acusado de envolvimento com o caso, está ocorrendo em São Paulo.