Pai de jovem atropelado em Brasília reclama da falta de infra-estrutura para ciclistas

22/09/2006 - 16h56

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Há exatos 33 dias, o ciclista Pedro Davidson, que estava segraduando em biologia, perdeu a vida numa pista larga de Brasília. Hoje (22),data em que se comemora o Dia Mundial do Pedestre e a 6ª Jornada na Cidade Semo Meu Carro, a família de Pedro compareceu ao Ministério das Cidades paraparticipar de uma série de palestras sobre o uso racional dos automóveis.O funcionário público Pércio Davidson, pai de Pedro, lembrouque o filho era um ciclista profissional e que estava acostumado a percorrer grandesdistâncias pedalando. “Ele fez uma viagem sozinho daqui até Trancoso (BA),1.300 quilômetros, e voltou sem nenhum tipo de problema”. Segundo ele, o ciclismo não era apenas um esporte para ofilho, mas uma opção de locomoção, uma opção de vida mais saudável. “O queocorre é que a infra-estrutura que é ofertada pelo poder público não prevê ascondições necessárias a esse tipo de opção de transporte, o que leva a essascircunstâncias de violência que nós temos encontrado na nossa cidade”,protestou.Na opinião do presidente da Organização Não-GovernamentalRodas da Paz, Leandro Salim Kramp, é necessário fazer campanhas com motoristase ciclistas para diminuir a violência no trânsito. “Os ciclistas tambémprecisam ser educados, mas mais importante do que educar só ciclistas emotoristas é você ter um tripé que a engenharia de trânsito chama de tripéfuncional, que é educação, fiscalização e as obras de infra-estrutura”, afirmouKramp. “A gente precisa punir. Hoje a sensação de impunidade émuito grande. O motorista sai e comete pequenas infrações, grandes infrações,comete crimes e têm a sensação de que nada vai ocorrer com ele, e isso é umproblema muito sério. As pessoas estão matando e morrendo no trânsito e nadatem acontecido com elas”, protestou Kramp.