Plano para evitar choques de pássaros com aviões em aeroportos começa a dar resultado no Rio

19/09/2006 - 13h17

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão/AntonioCarlos Jobim começa a sentir os resultados do Plano de Manejo implantado em2005 para evitar acidentes causados por colisões entre aves e aviões. Aprimeira ação consistiu na limpeza do entorno do terminal, prejudicada porlixões clandestinos; limpeza e dragagem de canais de água e de áreasinsalubres.A gerente de Meio-Ambiente do Galeão, Tânia Caldas, disseque houve uma redução significativa no número de acidentes e que o aeroportoiniciará em breve um estudo estatístico para acompanhar o resultado das medidasadotados pelo Plano de Manejo.Ela informou também que foi aberta licitação para a próximaação, ainda neste ano, com o objetivo de reduzir alguns pontos que atraem essasaves. “Vamos fazer o telamento de algumas áreas e o telamento de canais dedrenagem, para que (as aves) não venham tomar banho e beber água aqui dentro”,adiantou.O Plano de Manejo do Aeroporto Internacional do Rio deJaneiro faz parte de um estudo encomendado em 2004 pela Empresa Brasileira deInfra- Estrutura Aeroportuária (Infraero) à Coordenação de Programas dePós-Graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ).O trabalho foi elaborado para 22 aeroportos do país com oobjetivo de avaliar quais seriam as intervenções necessárias nos sítiosaeroportuários para desestimular a presença de pássaros. Só em 2004, a Infraeroregistrou uma média mensal de 20 colisões entre aves e aviões no entorno dos 66aeroportos de sua rede.O Galeão foi o primeiro terminal a executar o plano que estásendo implantado agora nos aeroportos de Manaus (Am) e Porto Alegre (RS). Desde2002, a administração do aeroporto promovia medidas experimentais para diminuira presença das aves. O plano exige acompanhamento dos resultados obtidos paraque novas ações sejam formuladas.De acordo com os técnicos que implantaram manejo, o urubu deixoude ser o principal causador de acidentes aéreos no Galeão, desde que foramfeitas intervenções no aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, naBaixada Fluminense. Atualmente, foi detectada a presença de quero-queros,carcarás e garças brancas.As aves que esbarram na fuselagem dos aviões são levadaspara a Coppe, que analisa o momento em que o acidente ocorreu. Também é feito oestudo do comportamento das diferentes aves da região da Ilha do Governador,bairro da cidade onde fica o aeroporto. Segundo Tânia Caldas, há algum tempo não se registram acidentesdesse tipo.