Pesquisadora defende treinamento para atender mulheres vítimas de violência

19/09/2006 - 16h12

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A socióloga e pesquisadora daUniversidade Cândido Mendes, no Rio, Bárbara Soares, avalia que cada cada mulher possui um ritmo individual para romper com os ciclos deviolência doméstica. Por isso, segundo ela, é preciso que os profissionaisque atendem as vítimas sejam treinados para lidar com a situação deviolência contra a mulher.A pesquisadora participou hoje (19) da videoconferência da Secretaria Especial de Políticas paraas Mulheres (SEPM) para discutir arecém-criada Lei n.º 11.340, a chamada Lei Maria da Penha, que coíbe aviolência doméstica e familiar contra a mulher. O evento permitu querepresentantes de diversos estados discutissem a implementação da lei etirassem suas dúvidas.“Respeitar é uma forma de permitirque as pessoas se sintam acolhidas, se sintam respeitadas. E, juntos,esse profissional e essa vítima podem traçar um plano para sair dessasituação”. Para a socióloga, a Lei Maria da Penha vai preparar asociedade para que a cultura de aceitação e naturalização da violênciaseja modificada.ALei Maria da Penha, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula daSilva em 7 de agosto deste ano, cria mecanismos para coibir a violênciadoméstica e familiar contra a mulher, como determina a ConstituiçãoFederal. A lei também dispõe sobre a criação dos juizados de violênciadoméstica e familiar contra a mulher e altera o Código de ProcessoPenal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal.Onome Maria da Penha é uma homenagem a uma militante dos direitos dasmulheres. Ela lutou 20 anos para ver o ex-marido Marco Antonio Herediacondenado por duas tentativas de homicídio que sofreu, 1983. Naprimeira, um tiro na medula deixou-a paraplégica. Na segunda, foi porchoque e afogamento. O fato foi parar na Comissão Interamericana deDireitos Humanos, que responsabilizou o Brasil por negligência eomissão em relação à violência doméstica. O ex-marido de Penha foipreso em 2003, mas passou apenas dois anos na cadeia.