Para agrônomo, plantio de algodão transgênico reduz aplicação de agrotóxico em 25%

17/09/2006 - 0h43

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Semente geneticamente modificada é aquela onde são inseridos gens que alterama planta. No caso do algodão, por exemplo, a semente pode receber gens de uma bactéria que produz proteínas para o controle de insetos. Outras variedades podem ser produzidas como, por exemplo, para resistência a um certo tipo de herbicida que controla as ervas daninhas. O resultado é a redução do uso de agrotóxicos na cultura de algodão, o que significa redução de gastos. “São feitas hoje cerca de 20 aplicações de inseticida no algodão brasileiro para controle de insetos. Com o transgênico, acreditamos que vai haver redução de 25% no uso de inseticida”, afirma o engenheiro agrônomo Wilhelmus Uitdewilligen, que integra a Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão. Os ecologistas, entretanto, são contra o uso das sementes geneticamente modificadas. Eles alegam que o cultivo seria prejudicial para o meio ambiente. Como o algodão é uma planta de polinização cruzada - ou seja, o pólen pode fecundar outras plantas distantes - variedades selvagens da planta poderiam ser contaminadas com pólen das transgênicas, resultando na destruição de espécies nativas. O agrônomo discorda dos ecologistas e afirma que não há resultados científicos que comprovem danos dos transgênicos ao meio ambiente ou à saúde humana. Para ele, os pontos positivos são os que prevalecem. “Com a redução de custos e o menor emprego de inseticidas, teremos a melhora da competitividade da cotonicultura mundial”, afirma.O plantio do algodão geneticamente modificado foi liberado no Brasil pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Na opinião de Uitdewilligen, o país acumula atraso de dez anos em relação aos países que já usam a semente, o que compromete a competitividade do produto brasileiro. “Estamos com dez anos de atraso em relação aos nossos concorrentes internacionais como Estados Unidos, China, Índia e Austrália que já estão comercializando essed produtos há mais tempo”.