Recuo da Bolívia restitui normalidade a negociações, afirma Amorim

15/09/2006 - 11h19

Karla Wathier
Enviada especial
Havana (Cuba) - O recuo do governoboliviano na decisão de estatizar as empresas petrolíferas dá uma certanormalidade a uma ação que não era esperada, até porque havia um processo denegociação em curso.A avaliação foi feita pelo ministrodas Relações Exteriores, Celso Amroim, antes de anunciar a possibilidade deencontrar-se hoje (15), em Havana, com o presidente da Bolívia, Evo Morales. Amorim, que participa na capital cubana da 14ª Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados, defendeu a continuidadedo diálogo entre os dois países. “Temos que ter com eles relação razoável eboa. Queremos que seja cada vez melhor, mas evidentemente tem que ser baseadaem previsibilidade”.Segundo o ministro, o Brasil temtodo interesse de ajudar no desenvolvimento econômico e social da Bolívia, masisso só pode se dar dentro de um contexto de previsibilidade. “Se tiversobressalto a cada mês, então não se decide”.O Movimento dos Países Não-Alinhadosfoi criado em 1961 como alternativa à bipolarização mundial da época, que tinhade um lado os Estados Unidos e de outro, a União soviética. O Brasil acompanha oencontro como observador, a convite do governo cubano.