Relator diz que é prematuro condenar Suassuna

05/09/2006 - 19h23

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Jefferson Peres (PDT-AM), relator do processodisciplinar contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), disse que ainda é“prematuro” condenar o parlamentar por envolvimento no esquema de compra deambulâncias a preços superfaturados com utilização de emendas parlamentares aoOrçamento da União. Perez disse que antes de emitir seu parecer final que ouviro depoimento de algumas testemunhas e do próprio Ney Suassuna. “A culpabilidadedo senador não está certa. Ainda não formei meu juízo. Vou ouvir as testemunhase já até marquei o depoimento de Suassuna para a próxima terça-feira (12). Logodepois de ouvi-lo estarei apto a emitir meu parecer”, disse Jefferson Perez. Perez participou hoje de reunião do Conselho de Ética eDecoro Parlamentar do Senado, que ouviu os empresários Luiz Antônio TrevisanVedoin, Darci José Vedoin e Ronildo Medeiros, todos da Planan, empresa apontadacomo organizadora do esquema de fraude para a compra de ambulâncias a preçossuperfaturados.  Suassuna é um dos parlamentares acusados de receber propinaem troca da apresentação de emendas ao orçamento para compras de ambulânciassuperfaturadas. O dinheiro, segundo denúncias, teria sido depositado na contade seu ex-assessor Marcelo Carvalho, a quem o senador acusa de ter participadodo esquema sozinho.Ao ser indagado se os depoimentos de hoje teriam contribuídono sentido de incriminar ou inocentar os três senadores (Suassuna, Magno Maltae Serys Slhessarenko) supostamente envolvidos no escândalo dos Sanguessugas,Jefferson Perez respondeu: “Não houve acréscimo e nem decréscimo nosdepoimentos de hoje, ou seja, os depoentes não acrescentaram fatos novos, mastambém não desmentiram tudo que haviam dito em outras ocasiões”. O senador Demóstenes Torres, relator do processo contra osenador Magno Malta, também julgou que é para culpar ou inocentar qualquer umdos três senadores acusados de envolvimento com o esquema. “Nos estamos sócomeçando a investigação. Ninguém pode concluir nada ainda. A culpabilidade oua inocência só será definida no final dos trabalhos”, disse. Contra Magno Malta pesa a denúncia de que teria recebido umcarro da família Vedoin como comissão pela apresentação de emendas aoOrçamento. Em sua defesa, o senador alega que o automóvel foi um empréstimopessoal do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), que também está sendo investigado por suspeita departicipar do esquema.O presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado AntônioCarlos Biscaia (PT-RJ), que também assistiu aos depoimentos ao Conselho deÉtica do Senado, disse ter certeza do envolvimento de Magno Malta (PL-ES), NeySuassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT) no esquema dos sanguessugas.Biscaia também afirmou que os depoimentos de hoje teriam sido importantes parapesar contra os três senadores, em especial Ney Suassuna.Após prestar depoimento, Darci José Vedoin sofreu uma quedade pressão e teve de ser atendido pelo Serviço Médico do Senado. Após oatendimento, Vedoin não quis falar com a imprensa. O filho dele, Luiz AntonioTrevisan Vedoin, volta a depor amanhã (6), na Policia Federal.