Entenda como estão as investigações da compra superfaturada de ambulâncias

01/09/2006 - 18h33

Priscilla Mazenotti e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As investigaçõesda Polícia Federal, da Justiça Federal e da CPI dosSanguessugas, que investiga o envolvimento de parlamentares com acompra superfaturada de ambulâncias, já resultou noindiciamento de 84 parlamentares com autorização doSupremo Tribunal Federal e na abertura de 70 processos de cassaçãonos conselhos de ética da Câmara e do Senado.Emdepoimento de quase dez dias à Justiça Federal de MatoGrosso, o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócioda Planam, denunciou o envolvimento de mais de 90 parlamentares noesquema. Após investigação, a CPI inocentou 18 epediu a abertura de processo de cassação contra 72,sendo três senadores e 69 deputados. Os deputados CoriolanoSales (PFL-BA) e Marcelino Fraga (PMDB-ES) renunciaram ao mandatopara fugir do processo de cassação.De acordocom o cruzamento de dados feito pela CPI dos Sanguessugas edistribuído à imprensa, 36 parlamentares teriamrecebido propina da Planam em dinheiro ou na própria contabancária, na de assessores ou de familiares. O levantamentoinicial aponta o pagamento de propina em 60 municípios. Apesardo recebimento da propina, somente 40 chegaram a adquirir as unidadesmóveis de saúde.Uma das regras do processo de elaboração do Orçamento que facilitou as fraudes é a forma de apresentar emendas parlamentares. Em 2002, cada parlamentar –deputado e senador – podia apresentar até 20 emendas novalor total de R$ 2 milhões. Em 2003, o valor se manteve. Odeputado Lino Rossi apresentou só para a área da saúdeem 2002 R$ 1,3 milhão em emendas e R$ 1,5 milhão no anoseguinte.Em 2004, o valor total das emendas individuais subiupara R$ 2,6 milhões e em 2005 passou para R$ 3,5 milhões.Para este ano, o valor subiu para R$ 5 milhões, com aobrigatoriedade de 30% (R$ 1,5 milhão) desses recursos seremdestinados à saúde.