Demissões na Volks não significam crise na indústria automobilística, afirma Lula

01/09/2006 - 15h12

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (1º) que a demissão de funcionários da Volkswagen não significa uma crise na indústria automobilística brasileira. Segundo Lula, dispensas e contratações de trabalhadores fazem parte do “mundo do trabalho”. No último dia 29, a empresa demitiu 1.800 trabalhadores. Os funcionários que receberam as cartas de demissão deverão ser desligados em 21 de novembro, quando termina o período de estabilidade no emprego negociado em acordo coletivo.Lula afirmou que as demissões anunciadas pela indústria são resultado de um projeto da empresa que não deu certo. “Quando a empresa está produzindo mais, ela contrata mais. Quando ela está produzindo menos, ela descontrata as pessoas. Sempre foi assim e sempre será assim. Não podemos fazer disso um cavalo de batalha. Nós precisamos fazer a economia crescer cada vez mais para gerar mais perspectivas de emprego para os trabalhadores, mas nós vamos ter setores que serão desativados e outros serão ativados”.Ainda de acordo com o presidente, o governo tentará nova conversa com a empresa sobre o assunto. “Nós vamos ver ainda se conversamos com a Volkswagen. Ver se fazemos a Volkswagen ter um produto que possa conquistar o mercado brasileiro e contratar mais trabalhadores do que ela demitiu”, disse.Lula falou sobre a crise da Volks depois de conhecer dois novos modelos de carro da Fiat. A empresa italiana, em parceria com a Hidrelétrica de Itaipu e indústrias de energia e tecnologia, desenvolveu automóvel movido a energia elétrica, o Palio Elétrico. Inicialmente, o modelo será usado apenas pela Itaipu e não será comercializado. O outro modelo apresentado funciona com quatro tipos de combustível - álcool, gasolina pura, gasolina brasileira (com 20% de álcool) e gás natural veicular. O presidente Lula elogiou a Fiat pelos novos carros e o anúncio de novas contratações. Lula visita nesta tarde o Hospital Universitário de Juiz de Fora, em Minas Gerais.