Ministro do Desenvolvimento defende compatibilidade entre abertura da economia e zonas francas

30/08/2006 - 0h46

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A abertura econômica implementada no país desde o início da década de 90 não enfraqueceu a Zona Franca de Manaus. Em grande parte, isso se deve à recente aproximação política e econômica brasileira com os demais países da América Latina.“No final dos anos 80, os impostos de importação giravam em torno de 50%. Em 2006, eles eram cerca de 10%. Estamos coroando um processo de abertura econômica. Isso não tirou o brilho da Zona Franca de Manaus, ao contrário, acelerou sua dinâmica”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ao participar hoje (30) da 10ª Conferência Latino-americana de Zonas Francas, em Manaus. O ministro lembrou que a região era um pólo essencialmente importador de matéria-prima e componentes, que se tornou exportador de “mais de US$ 2 milhões de produtos acabados, principalmente no campo eletroeletrônico”.Segundo ele, em 2004, Manaus se tornou o quinto pólo econômico do país, ultrapassando a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. “Em quatro anos, os empregos no pólo industrial amazonense mais que dobraram”, disse.De acordo com o presidente do Comitê de Zonas Francas das Américas, Hector Villalta, a Zona Franca de Manaus tem apresentado a melhor performance industrial dentre as cerca de 200 filiadas ao comitê. Desde 2003, a de Manaus passou a integrar o órgão. Juntas, essas áreas (que atuam nos mais variados setores, incluindo comércio e agroindústria) reúnem US$ 300 bilhões em investimentos e geram 2,5 milhões de empregos diretos, além de 5 milhões de empregos indiretos. “O mecanismo da isenção tributária é importante para o desenvolvimento. Ele tem efeitos multiplicadores nos processos econômicos do país”, defendeu Villalta. “A zona de Manaus é um bom exemplo dessa política clara de  industrialização de uma região estratégica”.Furlan destacou que, em 2002, a América Latina era o terceiro parceiro comercial do Brasil, correspondendo à cerca de 19% das vendas ao exterior feitas pelo país. O primeiro era a União Européia, com 25%, e o segundo, os Estados Unidos, com 22%. “Em 2005, os países da América Latina  ultrapassaram em importância o mercado norte-americano. Neste ano, pelos dados até julho, deverão superar também as vendas que o Brasil faz para a União Européia”.O encontro termina amanhã (31) e faz parte da 3ª Feira Internacional da Amazônia, evento considerado a maior vitrine de tecnologia e oportunidades de negócios da região.