Metalúrgicos da Volkswagen decidem manter greve em São Bernardo do Campo

30/08/2006 - 18h45

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As linhas de montagem da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, continuarão sem funcionar por tempo indeterminado. Em assembléia realizada hoje (30), os metalúrgicos da empresa decidiram manter a greve, iniciada ontem em protesto contra as 1.800 demissões anunciadas pela montadora. Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, os funcionários adotarão a estratégia de entrar na empresa, mas ficar de braços cruzados. E em todas as mudanças dos três turnos, haverá reuniões com os funcionários para a troca de informações. Durante o período da greve, está prevista a realização de uma assembléia geral por dia, sempre às 14h30. A assessoria de imprensa da Volkswagen informa que estão parados apenas os metalúrgicos da produção, que somam 8 mil de um total de 12 mil trabalhadores. A cada dia de paralisação, 900 carros deixam de ser produzidos. A decisão de demitir os 1,8 mil funcionários, segundo a empresa, foi tomada diante de uma reestruturação do plano de investimentos da matriz, na Alemanha. Em cumprimento ao que foi estabelecido em acordo coletivo de estabilidade no emprego, as dispensas só ocorrerão de fato, no próximo dia 21 de novembro.A Volkswagem é a maior fabricante de veículos do país. O último balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), relativo ao mês de julho, indica que o resultado da produção de todas as montadoras instaladas no país foi de queda, da ordem de 1,1% sobre o mês anterior. No acumulado do ano, porém, a produção se manteve 4,4% acima de igual período em 2005, com 1,52 milhão de unidades.