Especialistas discutem no Rio energia a base de hidrogênio

28/08/2006 - 18h11

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Especialistas brasileiros e estrangeiros participam no Riode Janeiro do 1º Encontro Brasileiro de Energia do Hidrogênio. Durante oencontro, aberto na manhã de hoje (28), estarão em debate fontes de obtenção,logística, transporte, segurança, armazenamento e formas de aplicação do hidrogênio.O gás começa a ser utilizada de forma experimental em todo omundo como alternativa para produzir energia elétrica capaz de abastecerindústrias, residências e inclusive movimentar veículos, com a grande vantagemde não poluir o meio ambiente. Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia,Marco Fraga, “o mundo inteiro já está se estruturando para uma economia futurabaseada totalmente no hidrogênio”. Em entrevista à Agência Brasil, ele destacou ainiciativa brasileira no desenvolvimento de pesquisas para a utilização do hidrogênio.“O Brasil está consciente dessa transição mundial para produção de energia de fonteslimpas e existem investimentos, programas em universidades e órgãosgovernamentais para o desenvolvimento de pesquisas”, disse.Fraga informou que desde o início do ano passado, oInstituto Nacional de Tecnologia coordena um projeto de produção de hidrogênioa partir de etanol (álcool combustível). O trabalho, realizado em parceria como Centro de Pesquisas Energéticas e Nucleares (CEPEN) e o Centro de Pesquisas deEnergia Elétrica (CEPEL), visa criar uma célula à combustível com capacidade de5 kilowatts. Segundo Fraga, o protótipo da célula deve estar pronto em 2008.O etanol, produzido no Brasil em larga escala a partir dacana-de-açúcar, é apenas uma das fontes de hidrogênio. Ele também pode serobtido a partir de gás natural, do óleo diesel, do metanol, do lixo urbano erural e da água. “Uma futura economia baseada no hidrogênio é muito maisdemocrática que a atual baseada no petróleo, porque permite que cada país possautilizar seus recursos disponíveis – fontes renováveis ou fósseis – e adapteseu processo de produção de energia”, avaliou. O pesquisador lembrou também as iniciativas da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro e do Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceiracom a empresa municipal de transportes de São Paulo, que pretendem testar, noano que vem, ônibus urbanos movidos a hidrogênio nas cidades do Rio de Janeiroe São Paulo.Ele ressaltou, no entanto, que pensar no hidrogênio inseridona matriz energética brasileira, usado em larga escala pela população exigeainda muitos estudos.