Analistas de mercado diminuem expectativa para inflação e PIB

28/08/2006 - 10h52

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para a trajetória de metas oficiais, deve encerrar 2006 em torno de 3,68%, de acordo com expectativas de uma centena de analistas de mercado consultados pelo Banco Central na última sexta-feira (25).É o que mostra o boletim Focus divulgado hoje (28) com a tabulação da pesquisa, e que indica redução da inflação em relação à semana passada, quando a mesma pesquisa previa IPCA de 3,73%. A redução é resultado das menores projeções de inflação para este mês, de 0,30% para 0,24%, e para setembro, com queda de 0,33% para 0,30%. Em compensação, o IPCA projetado para os próximos 12 meses aumentou de 4,48% para 4,51%.O Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) também aponta redução de 2,26%, na semana passada, para 2,20%. Vale salientar, porém, que se refere ao comportamento de preços apenas na capital paulista.O boletim Focus mantém a projeção de 4,5% para os preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, transporte urbano, água, saneamento, medicamentos, educação e outros), em linha com a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).A pesquisa do BC aumenta a projeção de saldo da balança comercial (exportações menos importações) do ano, que era de US$ 41,20 bilhões na semana passada, e agora foi elevada para US$ 42 bilhões. Também aumenta de US$ 35,66 bilhões para US$ 36 bilhões a expectativa de saldo comercial de 2007, com possibilidade de elevar, ainda, o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior.A nota negativa da pesquisa do BC se refere à redução das expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas no país. O boletim Focus reduz a projeção de 3,53% para 3,50%, em decorrência da redução também do crescimento da produção industrial, que era de 4% na pesquisa anterior e caiu para 3,97%.São cenários de um mercado no qual a cotação do dólar norte-americano não ultrapasse R$ 2,20 no final deste ano, nem R$ 2,30 em dezembro de 2007; e que prevê taxa básica de juros (Selic) caindo dos atuais 14,75% ao ano para 14,5% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará amanhã (29) e depois (30), com possibilidade de descer para 14% até o fim do ano.