Com relatório aprovado, CPI inicia nova etapa dos trabalhos de investigação

10/08/2006 - 19h07

Luciana Vasconcelos e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - AComissão Parlamentar Mista de Inquérito dosSanguessugas inicia a sua segunda etapa de trabalhos com a aprovaçãodo relatório. Na nova fase as investigaçõesserão voltadas para apurar irregulares e o envolvimento doExecutivo (ministérios, prefeituras), de organizaçõesnão-governamentais e fraudes em outros órgãos,como Ministério da Saúde e Ministério da CiênciaTecnologia.Opresidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia(PT-RJ), marcou uma reunião administrativa para próximaterça-feira para definir os novos procedimentos a seremadotados na segunda fase de investigações. Poderáser colocado ainda em votação os 120 requerimentos,entre eles polêmicos, como os de convocação JoséSerra, Humberto Costa e Saraiva Felipe, todos ex-ministros da Saúde.SegundoBiscaia, se os requerimentos forem aprovados, os dois podem serconvocados para depois das eleições. "Nãovou colocar isso como disputa eleitoral. Dois dos ex-ministériossão candidatos a governadores de Pernambuco e SãoPaulo. Não há porque convocá-los neste momento.Até porque não há nada concreto que osresponsabilize", afirmou.Biscaiapretende vir a Brasília, até outubro, pelo menos umavez por semana para acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelossub-relatores e técnicos da comissão. "Em outubroretomaremos a todo vapor a linha das investigações",garantiu.Osub-relator, Fernando Gabeira (PV-RJ), já começou asinvestigações desta segunda etapa. Ele prometeuintensificar a partir de segunda-feira a apuração defraudes na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada aoMinistério da Ciência e Tecnologia. Segundo ele, foramerros muito grosseiros na aprovação da compra de ônibusda inclusão digital. "A aprovação e acompra foi feita de uma forma tão irregular, que passaram porcima do técnico. O parecer técnico foi desprezado",observou.Eleacredita que o Ministério da Ciência e Tecnologia foiutilizado para fins políticos e partidários. "Asnovas investigações não são para mancharo Executivo. O que eu busco é mostrar ao presidente que estáaí, a ele se voltar, ou a outro, que Ciência eTecnologia é uma coisa muito séria. Não podemosentregar ministério a um partido que não tem tradiçãoneste campo e vai usá-lo para fins eleitorais como é ocaso do PSB", disse.Oprazo final para CPI previsto é 22 de dezembro, podendo serprorrogado por mais 180 dias.