Tratamento humanizado fortalece vínculo médico-paciente, diz diretor do Inca

01/08/2006 - 14h04

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O processo de cura do câncer de mama passa pela percepção do contexto social, familiar e psicológico em que a mulher está inserida – o tratamento humanizado, que o Ministério da Saúde vem implementando e que é tema de discussão, de hoje (1) até o dia 10, em seminário promovido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O encontro reúne a classe médica, pacientes e familiares de quem já passou ou está em tratamento.O diretor geral do Inca, Luiz Antônio Santini, explicou que a promoção do vínculo médico-paciente, por meio do tratamento humanizado, é prioridade nas ações do Ministério da Saúde. “Procuramos trazer uma abordagem mais afetiva ao tratamento e não ficar restrito apenas aos aspectos médicos. O câncer de mama afeta a família, os amigos, enfim, todo o contexto social em que a pessoa está inserida. Por isso, é preciso que a unidade de saúde dê todo o tratamento necessário, todos os recursos disponíveis, mas que também olhe para o paciente no seu entorno social e familiar”, afirmou.Dados do ministério revelam que neste ano o câncer de mama deverá ser o segundo em incidência no país, totalizando cerca de 49 mil casos. A doença, ainda de acordo com o ministério, é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres: mais de 9 mil a cada ano.Para Cristina Paragó, de 32 anos, o tratamento humanizado foi fundamental para vencer o câncer de mama que ela descobriu ter desenvolvido quando estava grávida de quatro meses. “O momento da descoberta é extremamente difícil, mas o apoio pessoal que eu recebi durante o tratamento foi muito importante. Na verdade, os médicos, os enfermeiros, os fisioterapeutas, os nutricionistas, todos fazem parte da minha história e foi com a ajuda deles que eu consegui vencer”, disse.Após se submeter ao tratamento médico, que incluiu sessões de quimioterapia e a mastectomia (retirada da mama), Cristina está curada e comemora os dois anos da filha Luíza. “Hoje eu estou feliz porque venci esse desafio. A técnica é importante, mas o ser humano é essencial”, acrescentou.O diretor do Inca também destacou a necessidade do diagnóstico precoce que, segundo ele, é a melhor maneira de se defender da doença, elevando em 90% as chances de cura. Paralelamente ao seminário, o Hospital do Câncer 3 abriu ao pública uma exposição fotográfica que revela as emoções vividas por brasileiras, do diagnóstico ao medo da perda de símbolos femininos, como mama, cabelo, libido e fertilidade, até o sentimento de vitória com a superação da doença.