Desentendimento entre governo e oposição ameaça votação na Câmara

01/08/2006 - 18h35

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Líderes da base governista e da oposição não se entendem navotação da MP 291, que reajusta em 5% os benefícios de aposentados epensionistas do INSS que recebem mais de um salário mínimo. A oposição insisteem um reajuste de 16,67%, mas o governo argumenta que não há como conceder esseíndice. Segundo o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), abase governista não está disposta a votar a MP se a oposição insistir nos 16,67%. "Não tem ambiente para votar o reajuste desse jeito que está posto pelaoposição", afirmou.Segundo o líder petista, o Parlamento está sendo usado demaneira "irresponsável" pelo PFL e pelo PSDB. "A oposição estáprometendo aos aposentados uma ilusão e tenta usar os aposentados paratrabalhar contra a reeleição do presidente Lula". O líder disse que mesmo que a MP perca sua eficácia, o queocorrerá no dia 10 de agosto se não for aprovada até lá, o governo encontrarámecanismos para garantir o reajuste de 5% para os aposentados. Fontana afirmou também que se o PFL e o PSDB insistirem naposição de elevar o reajuste, “não há como salvar o esforço concentrado destasemana”. Ele lembrou que se medida provisória não for votada nenhuma outramatéria poderá ser apreciada pelos deputados, por ser o primeiro item da pautade votações.Já o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia(PFL-BA), acusou os aliados do governo de não deixarem votar o reajuste dosaposentados. Segundo ele, há quase dois meses o governo vem obstruindo avotação da MP. "Nós, da oposição, estamos aqui para votar. Mas ogoverno está obstruindo porque não quer, de público, assumir a proposta deesmagar o aposentado", afirmou o líder. Aleluia disse que o governo está usando um instrumento que éda oposição: obstruir as votações.