Copom mostra preocupação com preços do petróleo

27/07/2006 - 0h25

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de PolíticaMonetária (Copom) do Banco Central atribui “baixa probabilidade a um cenário dedeterioração significativa nos mercados financeiros internacionais”, que viessea comprometer as condições de financiamento do país, mas externa preocupaçãoquanto aos preços do petróleo, que estão em “patamares elevados eexcessivamente voláteis”.A advertência consta da atada reunião que o Copom realizou na semana passada, e que foi divulgada hoje(27) pelo BC. O documento acrescenta que a evolução dos preços do petróleo“reforça temores” de que eles se sustentem altos por mais tempo, o que reduz aschances de um retrocesso significativo das cotações. Razão porque o cenário depreços domésticos inalterados para a gasolina em 2006 “vem se tornandoprogressivamente menos plausível”, de acordo com a ata.Além do aumento dos riscosque levem a possível aumento dos preços dos combustíveis, o colegiado diz queindependente do que ocorra com os custos da gasolina, “deve-se reconhecer que aelevação dos preços internacionais do petróleo se transmite de qualquer forma àeconomia doméstica”; tanto nas cadeias produtivas, como a de petroquímicos,quanto na expectativa de inflação dos agentes econômicos.De modo geral, porém, ocolegiado comemora a perspectiva crescente de que o Índice Nacional de Preçosao Consumidor Amplo (IPCA) ficará abaixo do centro da meta de 4,50% neste ano eno próximo. Todos os indicadores de inflação apontam nesse sentido, e em umnível bem abaixo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).O único cenário de inflaçãoem linha com a trajetória de metas é o que se refere a preços administrados porcontrato, ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, saúde,educação, transporte urbano e outros). Os preços desses serviços, quecorrespondem a um terço em média do IPCA, terão reajustes acumulados de 4,4%neste ano, ante projeção anterior de 4,6% do Copom.Numa avaliação prospectivadas tendências de inflação dos preços administrados, a ata do Copom reafirmareajuste zero para a gasolina, mas já admite aumento de 0% para 0,1% no preçodo gás de cozinha; o reajuste projetado para eletricidade no ano caiu de 3,7%para 2,7%; e a previsão anterior, de correção de 2,6% para telefonia fixa,baixou para -0,9%. Este item teve correção negativa no início do mês, porque oreajuste anual era atrelado ao Índice Geral de Preços (IGP) que está menor queo IPCA.A nota distoante na ata do Copom é quanto àprojeção de 6,2% de inflação para os preços administrados em 2007. Bem acima detodas as previsões dos preços livres. Muitos contratos de serviços continuamindexados ao IGP que, ao contrário do ano passado, quando caiu, este ano estáse sustentando em um patamar mais valorizado.