Conselho Nacional de Economia Solidária acompanhará políticas públicas

27/06/2006 - 12h53

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília - Construir políticas públicas para a economia solidária e acompanhar o desenvolvimento delas nos municípios e estados do país. Esse é o principal objetivo do Conselho Nacional de Economia Solidária, que foi criado na semana passada, às vésperas da 1ª Conferência Nacional de Economia Solidária, que começou hoje (27) na capital federal.

O Conselho, elaborado desde 2003, é composto por representantes dos governos estadual, federal e municipal, de organizações não-governamentais, cooperativas, associações e bancos. Segundo o secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, a escolha das entidades envolvidas com a economia solidária foi um dos motivos para o atraso do funcionamento do Conselho.

"Antes de 2004 era prematuro formar o Conselho porque não sabíamos quais eram as entidades envolvidas com a economia solidária, tanto do governo federal como do estadual e da sociedade civil. Em 2004 começamos a formatar o Conselho e ver as entidades que íamos incluir, e em 2005 chegamos ao consenso de quem seria incluído", contou.

Paul Singer informou que além de elaborar as normas da economia solidária no Brasil, o Conselho vai também acompanhar a implementação dessa forma que os grupos encontraram de produzir. "Temos políticas em desenvolvimento econômico, de finanças solidárias de comercialização, como o comércio justo e o consumo consciente responsável, além de parcerias com municípios de diversos estados, que terão de ser examinadas e acompanhadas", disse.

Uma das propostas do Conselho, acrescentou o secretário, é mostrar ao consumidor que ele também vai ajudar no desenvolvimento do país, ao escolher produtos vindos de uma cooperativa solidária. "Há um movimento de organização dos consumidores que procura mostrar a eles que se gastarem em determinados produtos darão apoio a quem os produz. E a maior parte pode ser anti-ecológica e anti-social. Então é preciso que eles se conscientizem e escolham produtos que além de satisfazer as suas necessidades também promovam economia solidária e práticas produtivas que não destruam a natureza", explicou.

Segundo Paul Singer, existem hoje no Brasil 15 mil empreendimentos em economia solidária, que empregam cerca de 1,250 milhão de pessoas. A economia solidária é um conjunto de iniciativas de trabalhadores que se unem para administrar uma empresa e comercializar o que é produzido por eles. São exemplos de economia solidária as associações de catadores de material reciclável ou cooperativas de agricultores familiares.