Cartilha aponta riscos do aliciamento para o trabalho escravo

27/06/2006 - 19h52

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília - Mostrar ao trabalhador brasileiro os riscos do aliciamento para o trabalho escravo. Esse é o objetivo da cartilha Escravo, nem Pensar!, produzida pelo Ministério da Educação em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a organização não-governamental Repórter Brasil.

A cartilha começou a ser distribuída na semana passada para os 36 mil alfabetizadores de jovens e adultos nos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão, Pará, Mato Grosso e Piauí, estados que concentram altos índices de mão-de-obra escrava.

A coordenadora pedagógica de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Maria Margarida Machado, informou que o objetivo da cartilha é contribuir para a cidadania dos alunos que estão em processo de alfabetização. "Ainda existem 25 mil pessoas submetidas a trabalho escravo e o alfabetizador pode nos ajudar a com este problema", disse.

Machado lembrou que apesar de a cartilha não resolver o problema do acesso ao trabalho no Brasil, ela é mais um componente no combate ao trabalho ilegal: "É uma tentativa de ampliação do acesso ao trabalho e de busca de alternativas, como a organização de uma economia solidária. Os trabalhadores precisam ter outra perspectiva, já que estamos falando de uma população que está iniciando a alfabetização, então falar em inserção é praticamente impossível".