ELEIÇÕES 2006 - PFL vai à eleição presidencial, pela primeira vez na oposição

21/06/2006 - 16h26

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sob o "Tema da Vitória", música que acompanhava os sucessos do piloto Ayrton Senna, o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, foi aclamado pelos presentes à convenção do Partido da Frente Liberal (PFL), hoje (21), no Senado. Com apoio dos 215 conferencistas, o partido decidiu selar aliança com Alckmin e indicar o senador pernambucano José Jorge como seu vice.

"Nosso tempo é o da velocidade na mudança, temos pressa em moralizar a gestão federal", discursou Alckmin, após os acordes do "Tema da Vitória" e à frente de seu nome exposto em neon verde luminoso. A tônica da convenção foi de críticas ao governo federal. É a primeira vez em sua história que o PFL irá apoiar um candidato de oposição. O candidato a vice José Jorge afirmou que a campanha terá uma estragégia com duas linhas. "A primeira é propositiva, vamos propor o que queremos para o país. A segunda linha, como somos partido da oposição, é exatamente criticar o que o governo fez de errado".

O pernambucano José Jorge atribuiu à sua origem nordestina o fato de seu partido tê-lo escolhido para a chapa. Ele criticou o governo e seu conterrâneo Luiz Inácio Lula Silva. "Ao chegar pelo voto popular à presidência da República, ele vira as costas para as causas das injustiças que sofreu, e torna-se um estrangeiro em relação à sua terra e sua gente", disse.

O presidente do partido, Jorge Bornhausen, defendeu a "capacidade administrativa" de Alckmin: "Seus programas e seus projetos, sua honradez pessoal, sua ética na política, sua capacidade administrativa, testada com tanto êxito no governo de São Paulo, justificam nossa disposição de lutar com firmeza, pertinácia, tenacidade, perseverança, teimosia – até o limite de nossas forças – para vê-lo renovar as esperanças dos brasileiros, restaurando no povo o orgulho de ter um presidente, um verdadeiro presidente, honrado, competente e trabalhador".

A convenção nacional do PFL foi realizada dentro do Senado Federal, em um acarpetado auditório, o Petronio Portela. Segundo a assessoria do partido, cerca de 1.000 pessoas estiveram presentes. Ao contrário da convenção do PSDB em Belo Horizonte, realizada em um grande centro de exposições da cidade e com a participação de milhares de simpatizantes e cabos eleitorais recrutados na periferia da cidade, no evento pefelista, a maioria dos convencionais usava terno e gravata e era composta por lideranças do partido. Praticamente, não havia militantes ou simpatizantes com bandeiras ou camisetas do PFL.