Sem-terra são acusados por lesões corporais contra 38 pessoas, entre outros crimes

20/06/2006 - 20h07

Valéria Amaral
Da Agência Brasil

Brasília - A 10ª Vara da Justiça Federal recebeu hoje (20) da Polícia Federal o inquérito que indicia 115 militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) pelas ações que terminaram em depredação de instalações da Câmara dos Deputados no último dia 6. Nas mais de mil páginas do documento, estão detalhadas as acusações contra os indiciados, que são 73 além dos 42 que haviam sido presos.

Eles vão responder pelos crimes de lesões corporais contra 38 feridos durante o quebra-quebra, dois deles em estado grave e afastados do trabalho; dano qualificado contra o patrimônio público, privado e histórico; formação de quadrilha e corrupção de menores. A fita com a filmagem da reunião em que a ação foi organizada está em poder da PF, para ser analisada pelos peritos em criminalística.

Na lista dos 73 novos indiciados, consta um casal que não participou da depredação, mas teria preparado a ação durante 15 dias e reservado o auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) para a reunião em Brasília: Joaquim Ribeiro, secretário nacional do MLST, e Gladys Rossi.

"Apesar de duas tentativas de ouvir o casal, eles não compareceram à PF para esclarecer os fatos. Em tese, se tiveram conhecimento de que o MLST viria para Brasília, procuraram e reservaram o auditório da Contag, fizeram a reunião e planejaram a invasão, há no mínimo o entendimento de que essas pessoas têm algo que interessa à atividade policial", declarou Carlos Henrique Maia, delegado da PF.

Agora que o inquérito foi entregue, cabe à Justiça definir se aceita o pedido da PF de manter em regime de prisão preventiva os 42 integrantes presos em flagrante, entre eles Bruno Maranhão, líder do MLST.