Projeto de integração de infra-estrutura na América do Sul é tema de encontro em Manaus

10/06/2006 - 10h26

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília - Comunidades indígenas, representantes de movimentos sociais e de organizações-não-governamentais (ONGs) reúnem-se na segunda-feira (12), em Manaus, para discutir os impactos ambientais do projeto de Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana na região Norte do país.

Eles vão participar Primeira Rodada de Consultas Estratégicas da Região Norte e debater com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e com o governador do Amazonas, Eduardo Braga, uma visão estratégica do projeto e medidas para o desenvolvimento sustentável da região.

O objetivo do projeto é intensificar a ligação entre os 12 países do continente sul-americao. Estão sendo analisadas 31 propostas de infra-estrutura, transporte terrestre, aéreo e hidroviário, além de projetos de compartilhamento nas áreas de energia e de telecomunicações.

Em Manaus, estão previstas obras de infra-estrutura, como a construção de barragens. Para o representante da ONG Rede Brasil, Guilherme Carvalho, que participará do encontro, deveria haver um tempo maior para os debates. "São temas tão relevantes que deveríamos ter um processo de discussão bem mais amplo e com mais tempo para que a gente pudesse tirar algumas conclusões".

Segundo ele, a forma como os estudos de impacto ambientais na Amazônia são feitos não permite a apuraração de todos os problemas decorrentes desse empreendimento. "Os estudos de impacto ambiental hoje são localizados, não temos uma visão ampla deles, somente da área diretamente afetada", ponderou. "Além disso, a própria lógica dos empreendimentos está voltada para garantir a incorporação de vastas áreas da Amazônia".

O representante do Movimento dos Atingidos por Barragens Wesley Ferreira Lopes disse que é preciso discutir e questionar possíveis problemas que essas construções poderão trazer. "No passado, algumas empresas que queriam construir barragens prometeram terras para famílias que foram retiradas de suas casas, mas não cumpriram o trato".