Testemunhas de defesa em processo contra José Janene faltam ao depoimento no Conselho de Ética

01/06/2006 - 11h48

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados enfrentou hoje (1º) mais uma ausência em depoimentos relacionados ao processo que pede a cassação do mandato do deputado José Janene (PP-PR).

Os deputados do PP Agnaldo Muniz (RO) e José Linhares (CE), que iriam como testemunha de defesa, não compareceram. "Eles alegaram que, como não houve o depoimento do deputado José Janene, não queriam participar como testemunhas. Aliás, no rol de testemunhas apresentadas pelo deputado, nenhuma compareceu", disse o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP).

Ontem o próprio Janene não prestou depoimento, mantendo a alegação apresentada em ocasiões em que também não compareceu à Casa: a de que tem uma doença grave no coração, o que o impede de prestar depoimento. O deputado é acusado de ser um dos beneficiários dos R$ 4,1 milhões repassados à direção do Partido Progressista.

Depois das faltas de hoje, o relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), encerrou o prazo de instrução probatória do processo. Ou seja, a partir de agora, novas provas não poderão ser incluídas no relatório e nem depoimentos podem ser tomados. Na próxima terça-feira (6), o Conselho fará a leitura, a discussão e a votação do relatório. A expectativa, segundo o relator, é que ainda este mês o processo seja votado no plenário da Câmara.

Carneiro afirmou ter conteúdo suficiente para fechar o relatório. "Temos material abundante: a denúncia do Procurador-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, o depoimento do próprio Janene na Polícia Federal e em outras instâncias, além de outros personagens importantes desse processo, inclusive o Genu [João Cláudio Genu, assessor do PP]", disse o relator. "Tudo isso forma um acervo de informações de dados objetivos, materiais e documentais fundamental para que nós possamos nos debruçar, formar a convicção e trazer à apreciação do Conselho", acrescentou.

De acordo com Izar, caso Janene ou o advogado dele não compareçam ao Conselho na terça-feira, um advogado será nomeado para acompanhar a leitura, a discussão e a votação do relatório. A reunião está marcada para às 14h30.