Rondônia inaugura centro de desenvolvimento para projetos de economia solidária

27/04/2006 - 18h46

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil

Rio – A Universidade Federal de Rondônia (Unir) inaugurou, este mês, a primeira incubadora voltada para a economia solidária. Projetos como cooperativas, associações e empresas auto-gestionadas (sem a distinção entre empregados e patrões) poderão receber capacitação técnica, gerencial e trabalhista, pelo período de dois a três anos. No caso das comunidades ribeirinhas, gestores deverão fazer cerca de cinco visitas anuais, com duração média de três dias.

Até então o estado era o único do país que ainda não contava com um empreendimento deste tipo, segundo a rede Unitrabalho. A organização congrega 90 universidades públicas brasileiras e é responsável pela implantação de incubadoras em instituições de ensino superior.

A integração de empreendimentos solidários de Porto Velho e de comunidades ribeirinhas é uma das propostas da incubadora. De acordo com o gerente do projeto da Unir, Silvio Bueno, a maioria das iniciativas tem em comum uma forte ligação com a cultura da Amazônia.

"Temos o caso, por exemplo, das cooperativas de bio-jóias. Começamos a trabalhar com uma em Porto Velho e outra no Lago de Cuniã, no rio Madeira. As duas querem produzir bijuterias. A de Cuniã tem as sementes e seixos do rio, e a da capital, a capacidade de atingir os mercados consumidores".

Para viabilizar essa idéia, Silvio Bueno já começou a percorrer duas comunidades "rio Madeira a baixo", a dez horas de barco de Porto Velho, que não contam com telefone nem luz elétrica. Entre as centenas existentes ao longo do rio, as escolhidas ficam em sua parte navegável.

A visita à comunidade de Cuniã também contou com a presença de representantes da cooperativa de bio-jóias de Porto Velho como Kalinca Flores. Ela acredita que esse intercâmbio irá incrementar seus negócios. "Primeiro, poderemos conseguir que o nosso artesanato seja aceito em Rondônia. Depois vamos aprender a exportar para outros estados e quem sabe até para fora do Brasil".