Palocci é indiciado por mais quatro crimes

27/04/2006 - 16h48

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi indiciado hoje (27) por quatro crimes por irregularidades encontradas em contratos de limpeza urbana firmados quando era prefeito de Ribeirão Preto.

Ele vai responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, peculato e falsidade ideologia. As investigações sobre o período em que era ocupava a prefeitura do município paulista estão a cargo da Polícia Civil de São Paulo.

Palocci já responde pelo indiciamento por quatro outros crimes na Polícia Federal, que teriam ocorrido quando era ministro: quebra de sigilo funcional, quebra a de sigilo bancário, prevaricação e denunciação caluniosa.

O ex-ministro prestou depoimento hoje, durante duas horas e meia, em Brasília. Ele foi ouvido pelo delegado chefe da delegacia de Capturas de Polícia Interestadual de CPI, Antonio Admar Brandão, e pelo delegado Amarildo Fernandes.

No entanto, antes de iniciar o depoimento, ele já havia sido indiciado. De acordo com o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Daniel José de Angelis,"a carta precatória já veio com a determinação de indiciamento". O documento, segundo ele, permitiu à polícia de Brasília ouvir Palocci, apesar de o inquérito ser presidido pela polícia paulista.

"A gente nunca teve a preocupação de investigá-lo porque era ministro, isso não cabia a nós. Agora vamos apurar. Já há evidências de que ele tinha participação. Ainda não conseguimos saber se o dinheiro ia para o Partido dos Trabalhadores", disse de Angelis, referindo-se à exeistência de supostos contratos ilegais à época que Palocci era prefeito.

Na saída do depoimento, Palocci não deu declarações à imprensa, mas seu advogado, José Batocchio, negou que o ex-ministro tenha sido indiciado. "Não temos que nos ater a diferentes versões, mas aos fatos", disse.

O advogado afirmou também que Palocci "não teve participação direta" na assinatura dos contratos. "A concorrência foi feita na gestão anterior, portanto, por outro prefeito. Ele recebeu contrato já licitado e em execução, que teve continuidade. Não existe um contrato ou termo de continuidade assinado por ele", afirmou, em referência à empresa Leão Leão, prestadora de serviço de coleta de lixo no município de Ribeirão Preto.