Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília - Mais de 500 estudantes com idade entre 11 e 14 anos estão reunidos em Luziânia (GO) desde domingo (23), na 2ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Eles discutem temas como biodiversidade, mudanças climáticas, segurança alimentar e nutricional, e diversidade étnico-racial.

Na quinta-feira (27), os jovens entregarão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento, a Carta de Responsabilidades, com os propósitos que eles assumiram desde 2005, quando começaram a elaborar projetos relativos a temas sociais e ambientais. Estudantes, comunidades quilombolas, indígenas de assentamentos rurais e jovens em situação de rua também assumiram a promoção de ações nas cidades em que moram, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população.

Durante a Conferência, estão sendo realizadas oficinas para transformar o conteúdo dessa Carta em linguagem de rádio, jornal, hip-hop e publicidade. Cada jovem deverá levar para sua cidade um CD contendo o produto que ajudou a elaborar. "É preciso que cada escola invista em meio ambiente, que cada jovem leve para seu espaço seu produto", ressalta a coordenadora da oficina de rádio, Grácia Lopes Lima.

Segundo Fábio Deboni, coordenador do Programa Juventude e Meio Ambiente, do Ministério da Educação, nessas conferências e programas pode ser notada a diferença de visão dos adolescentes: "Para eles, o meio ambiente passa a compreender, além da fauna e da flora, as questões humanas".

Um exemplo disso é Nikollas Felipe Oliveira Santos, um adolescente de 13 anos, que mora em Maceió (AL). "Ficamos com a responsabilidade de pedir às autoridades o saneamento básico, porque uma das seqüelas na nossa comunidade é o pano branco, uma afecção cutânea causada pelos esgotos a céu aberto. A outra é a contaminação dos lençóis freáticos, devido à falta de um depósito de lixo", disse, acrescentando que já levou um abaixo-assinado à prefeitura e que as providências já estão sendo tomadas.