Ministro anuncia construção do novo terminal pesqueiro do Rio

20/04/2006 - 13h04

Thaís Leitão
Repórter das Agência Brasil

Rio - A construção do novo terminal pesqueiro do Rio de Janeiro vai impulsionar o desenvolvimento do setor no Brasil. A afirmação é do ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin. Segundo ele, o Rio de Janeiro é o principal centro de comercialização e o terceiro maior produtor de pescado do país, perdendo apenas para os estados do Pará e de Santa Catarina.

"O pescado de todo o Brasil vem para cá e volta para os estados. O Rio é como um regulador de preços para todo o país", afirmou o ministro, estimando que o terminal pode gerar redução de até 30% no preço do pescado comercializado no estado. O Rio de Janeiro é responsável, ainda, por um volume de pesca de 71 mil toneladas por ano.

"Além disso, são comercializadas 300 toneladas por dia no Rio", acrescentou Gregolin, que anunciou hoje (20), às associações de pescadores e aqüicultores do estado, a desapropriação de uma área de 40 metros quadrados, no Caju, zona norte da cidade, para a construção do terminal. O espaço pertencia ao estaleiro Verolme/Ishibrás.

A desapropriação foi autorizada pela 12ª Vara Federal do Rio e estava prevista em decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicado no dia 12 de dezembro do ano passado. Para a desapropriação, já foram depositados R$ 3,5 milhões em uma conta da Caixa Econômica Federal. Os recursos são para pagamento de indenização ao estaleiro, erguido em um terreno da União.

De acordo com o ministro, o próximo passo será a elaboração de um projeto, seguido de licitação. As obras devem começar em setembro deste ano e vão envolver investimentos superiores a R$ 20 milhões.

"Nós vamos atender uma antiga reivindicação dos pescadores do Rio, para corresponder à demanda em um estado que tem a pesca como um setor importante", afirmou Gregolin, garantindo que o terminal vai contar com toda a estrutura necessária para recepção e comercialização de produtos de qualidade. De acordo com ele, será possível realizar no local a limpeza e a classificação dos pescados, além de haver fábrica de gelo e câmaras frias para manter a temperatura ideal de conservação do produto.

Segundo Gregolin, o novo terminal vai gerar cerca de 5 mil empregos diretos e tirar da informalidade 70 mil pescadores e aqüicultores aproximadamente.

Para o pescador Luiz Henrique Barreto, representante da cooperativa de pescadores de São Gonçalo, a construção do terminal vai ser uma vitória da classe. "O pescador terá mais estrutura pra trabalhar. Vai ganhar autonomia porque não vai precisar passar tanto tempo no mar, já que seu produto vai ser valorizado. Há 20 anos, a gente vem brigando por isso. O terminal vai ser uma vitória inédita", comemorou.