Eletronuclear já iniciou as obras do terceiro reservatório para rejeitos de usinas

20/04/2006 - 20h10

Rio, 20/4/2006 (Agência Brasil -ABr) - A Eletronuclear já iniciou as obras para a construção do terceiro reservatório secundário para armazenamento dos rejeitos das usinas nucleares de Angra 1 e 2. Mas as obras sofreram embargo da atual prefeitura de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, onde estão localizadas as unidades, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.

O chefe da Divisão de Proteção Radiológica da Central Nuclear, Marcos Amaral, informou que cabe à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) definir o local no país onde será construído o depósito definitivo para guarda do chamado lixo nuclear. Todo o rejeito gerado desde a entrada em operação da usina de Angra 1, em 1985, somava apenas 2 mil metros cúbicos, 20 anos depois.

Na avaliação do engenheiro Luiz Roberto Porto, assessor da diretoria de Produção da Eletronuclear, o volume é bem inferior aos 5 mil metros cúbicos gerados pelo acidente com césio 157, em que uma cápsula desse produto químico, usada em um equipamento radiológico de uma clínica desativada, foi manuseada de forma indevida por catadores de lixo de Goiânia, em 1987. Cerca de 300 pessoas foram contaminadas, em diferentes graus, pela fonte radioativa.

Os tambores armazenados nos depósitos secundários da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, de Angra dos Reis, contêm rejeitos solidificados e material radioativo, como filtros, resinas, plásticos, além de macacões, luvas e sapatilhas contaminados. Após um determinado prazo, os tambores passam por um processo de supercompactação, que reduz o tamanho deles de 87 centímetros para até 11 centímetros de altura, dependendo do peso e do material contido, sendo então armazenados em caixas metálicas.

Marcos Amaral informou que a maior parte desses rejeitos é de média e baixa intensidades. Os rejeitos de alta intensidade, acrescentou, estão em piscinas dentro do reator.