Campos antigos voltam a ser valorizados e produção de petróleo cresce

20/04/2006 - 16h20

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - Para garantir a auto-suficiência em petróleo por um período de tempo maior, a Petrobras conta com pelo menos 36 grandes projetos de produção em desenvolvimento na Bacia de Campos e em outras áreas de águas profundas da Plataforma Continental do país, com implementação prevista até 2010. Mas além destes projetos, a empresa investe na otimização da produção terrestre nos chamados "campos maduros" – área de exploração de petróleo e gás já com produção declinante. São 250 mil barris/dia nos campos terrestre e outros 250 mil em águas rasas.

Até 2002, as áreas exploratórias localizadas nos chamados "campos maduros", por exemplo, vinham sendo vendidas pela companhia a partir da premissa de que os resultados obtidos não cobriam os custos da exploração ou eram pouco compensadores. A partir de 2003, no entanto, a Petrobras decidiu rever esta política e voltou a direcionar recursos para recuperar o petróleo existente nestes campos. Uma das razões da mudança foi a valorização do produto no mercado mundial. De 1998 a 2000, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os preços dos barris do petróleo Brent e West Texas mais que dobraram e se mantiveram no novo patamar em 2003.

Como exemplo do êxito da nova estratégia, a Petrobrás cita a recuperação dos campos de Amaro, localizados nas jazidas petrolíferas do Rio Grande do Norte-Ceará. Eles iriam ser vendidos por produzirem apenas 15 mil barris diários, mas agoram produzem 30 mil barris diariamente.

Os resultados da nova política, segundo a companhia, têm se mostrado positivos: a produção, que vinha caindo ano a ano, voltou a crescer. Hoje esses campos mais antigos, tanto em terra como em águas rasas, voltaram a contribuir com cerca de 500 mil barris diários, mais de 25% da produção total prevista pela companhia a partir da entrada em operação da P-50, que é de 1,9 milhão de barris por dia.