Ampliação de ensino profissional exigiu mudanças na lei

20/04/2006 - 12h44

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Para criar 42 novas escolas de educação técnica e profissional no Brasil, o governo federal e o Congresso Nacional precisaram fazer ajustes na legislação. Esse processo levou 18 meses. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, foi necessário derrubar dispositivos legais contrários à essa modalidade de ensino.

Entre eles, uma lei enviada pelo Executivo em 1998, que proibia a expansão da educação profissional pela União. Haddad também fez referência a um decreto de 1997, que impedia o ensino médio integrado à educação profissional.

"Passamos praticamente dois anos, 18 meses, para revogar no Congresso Nacional todos esses dispositivos e deflagrar o maior programa de expansão das escolas técnicas da história desse país", afirmou o ministro, em entrevista coletiva às emissoras de rádio da Radiobrás.

Segundo Haddad, em quatro anos, o governo vai ampliar em 40% o número de escolas técnicas existentes no país. Em cem anos, foram criadas 144 unidades. Com a expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, o Ministério da Educação (MEC) pretende inaugurar mais 42 até o final de 2007.

Além dessas, 17 escolas técnicas comunitárias, mantidas por organizações não-governamentais, por exemplo, serão incorporadas à rede federal de educação tecnológica. A expectativa do governo é de que todas 59 unidades estejam funcionando até o final do ano que vem.

Ao falar sobre a importância de se investir na educação técnica e profissional, o ministro ressaltou que, no Brasil, cinco em cada seis jovens não conseguem ingressar numa universidade. Por isso, de acordo com Haddad, é fundamental oferecer alternativas de formação profissional para esses jovens.

"Apenas um sexto dos jovens chegam à educação superior. Portanto, se nós não tivermos estruturada a rede de educação profissional, de cada seis jovens, cinco estarão fazendo ensino médio sem adquirir as habilidades e competências necessárias para uma inserção no mundo do trabalho adequada", destacou o ministro da Educação.