Queda nas vendas do varejo não significa tendência, diz IBGE

19/04/2006 - 12h28

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - As vendas do comércio varejista brasileiro caíram 4,13% em fevereiro, na comparação com janeiro. A queda interrompeu uma seqüência de quatro meses de taxas positivas, conforme os dados divulgados hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, na avaliação do instituto, o resultado não significa uma tendência de queda para os próximos meses.

"O resultado de janeiro em relação a dezembro ficou acima do normal por conta das inúmeras promoções. Já em fevereiro, mês mais curto e sem as promoções, as vendas registraram queda. Agora, temos que esperar o mês de março para confirmar ou não se esta queda foi pontual", acrescentou o coordenador da pesquisa do IBGE, Nilo Lopes de Macedo.

Ainda na comparação com janeiro, o faturamento do setor também foi negativo (-1,95%). De acordo com a pesquisa, as vendas que mais caíram foram dos setores de tecidos, vestuário e calçados; hipermercados e supermercados; combustíveis e lubrificantes; e móveis e eletrodomésticos.

Na comparação com fevereiro do ano passado, as vendas subiram 5,35% e o faturamento dos lojistas 7,87%. Os resultados, segundo Nilo de Macedo, mostram que o setor continua mantendo o ritmo de crescimento "apoiado na redução dos juros, facilidades para o crédito e também pela melhoria da renda dos trabalhadores".

Macedo explicou que a atividade que mais contribuiu para este resultado foi de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,27%), por causa da redução dos preços dos alimentos nos últimos meses.