Ministro do Gabinete de Segurança disse ter sido procurado por Palocci, informa deputado

05/04/2006 - 20h46

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, confirmou hoje (5) que foi procurado em seu gabinete pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci dias depois da repercussão negativa da violação da conta do caseiro Francenildo Costa.

Palocci, porém, não teria feito nenhum tipo de pedido para que a área de inteligência do governo descobrisse quem estava tentando prejudicá-lo ou incentivando o caseiro a fazer as denúncias contra o ex-ministro, como afirma matéria publicada hoje no jornal "O Estado de S. Paulo".

As informações são do presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, deputado Alceu Collares (PDT/RS), que falou à imprensa após a reunião fechada de Félix com deputados e senadores que integram a comissão.

O ministro foi prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na quebra do sigilo bancário de Francenildo. "O ministro do GSI nos relatou aqui que Palocci foi ao gabinete [de Félix] e disse apenas estar preocupado com os acontecimentos. E que o governo e ele [Palocci] estariam sofrendo uma forte pressão", afirmou Collares.

Segundo ele, Félix teria dito a Palocci que a Abin (órgão subordinado ao GSI) não realiza investigações de cunho pessoal e que suas atividades são voltadas exclusivamente para a produção de conhecimentos relativos à segurança da sociedade e do Estado brasileiro.

Mesmo diante da declaração de Félix de que não houve pedido de Palocci no sentido de investigar o caseiro, Collares disse que para ele está claro que, naquele momento, o ex-ministro da Fazenda foi buscar uma espécie de socorro.

O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana, que também participou da reunião, disse que as declarações de Félix dão "total segurança" de que o GSI e a Abin estão atuando de "maneira absolutamente institucional". Na avaliação dele, as suposições de que a Abin poderia estar fugindo de suas funções não prosseguem. "Saí da reunião seguro de que a agência está atuando dentro das suas funções de Estado".