Secretário-geral da OEA apóia decisão de conselho eleitoral no Haiti

17/02/2006 - 9h34

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, defendeu que todos acatem a decisão do Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti. Ontem (16), o órgão declarou eleito como presidente do país, René Préval, com 51,1% dos 96% de votos válidos. Em nota, o secretário disse que esta foi a melhor eleição que o Haiti já teve na história: "Isso pela quantidade de pessoas que votaram e pela tranqüilidade do dia da votação".

Insulza acredita que o novo presidente vai chamar para o diálogo as outras forças políticas que não o apoiaram "para construírem juntos uma nova realidade". O secretário-geral esteve em Porto Príncipe, capital do país, na quarta-feira (15). Participou de reuniões com o representante das Nações Unidas no Haiti, Juan Gabriel Valdés, e com os principais representantes de setores envolvidos no processo eleitoral.

"Os votos foram bem contados e, ainda que tenha havido algumas denúncias, não se pode falar em fraude e ninguém poderá provar que foram cometidas irregularidades", disse Insulza, defendendo que não houve fraude nas eleições haitianas.

Para ele, o resultado do pleito terá impacto positivo nas relações entre o Haiti e a República Dominicana, principalmente no que diz respeito às migrações. O secretário-geral da OEA destacou que espera contar com a ajuda dos países que hoje participam da missão da estabilização do país (Minustah) para que continuem a fazer o trabalho proposto.

"A comunidade internacional deve continuar acompanhando o processo haitiano para demonstrar que a América Latina e o Caribe têm interesse em ajudar o povo no fortalecimento de sua democracia. Seria um erro se retirarem, porque a maioria dos haitianos e o novo governo acreditam ser necessário este apoio da comunidade internacional".