Projeto amplia atendimento na área de ortopedia

05/02/2006 - 8h10

Danielle Almeida
Repórter da Radioagência Nacional

Brasília - Cirurgias e consultas médicas na área de ortopedia serão feitas em pacientes de Natal, no Rio Grande do Norte, a partir desta segunda-feira. A iniciativa faz parte do projeto Suporte. Criado em 2003, hoje ele alcança onze estados, a maioria na região Norte. O programa também oferece capacitação para profissionais e equipamentos a hospitais.

O Rio Grande do Norte é o primeiro estado atendido em 2006. O Suporte foi desenvolvido pelo Into (Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia), sediado no Rio de Janeiro e ligado
ao Ministério da Saúde.

O Amazonas foi um dos estados beneficiados pelo programa em 2005. Ana Regina teve de conviver 20 anos com problemas de saúde. "Foi um carro que me atingiu, mas eu nasci assim, mancando um pouco. Minha avó conta que foi defeito médico no hospital quando eu era pequena. Tive paralisia com um mês de nascida. Meu avô me tratou, eu fiquei boa. A rezadeira disse que eu ia voltar a andar, mas ia ficar com a perna esquecida. E com acidente... pronto". Ana procurou ajuda e conta que agora está bem, mas que terá que fazer novo tratamento porque sofreu nova queda.

Para Sérgio Côrtes, diretor geral do Into, o objetivo do programa é levar tratamento aos pacientes - e não o paciente ao tratamento - uma vez que muitos precisam ser deslocados de suas regiões de origem para as capítais. A idéia é permitir que os estados realizem cirurgias de alta complexidade, além de garantir assistência médica. Mas ele adverte que, para isso, são necessários material para fazer cirurgias, equipamentos e uma equipe capacitada. "A gente está investindo nessa tríade: cirurgião, material e equipamentos", resume.

Côrtes diz que, em 2005, foram investidos R$ 30 milhões para equipar o Suporte. De acordo com a assessoria de imprensa do Into, a expectativa é que este ano o projeto cresça. Hoje,
ele alcança Roraima, Rondônia, Tocantins, Amazonas, Amapá, Rio Grande do Norte, Bahia, Acre, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Maranhão.

Jean Válber é o coordenador do projeto no Rio Grande do Norte e diz que até o dia 11 próximo a equipe deve realizar 25 cirurgias e prestar assistência a mais de 50 pacientes. O ortopedista afirma que o Suporte vai equipar hospitais públicos. "Nós temos hospitais do estado onde não há intensificador de imagens, RX portátil dentro da sala de cirurgia e material especializado da ortopedia. Então, os pacientes são atendidos, mas não na rede pública".

Ele revela, ainda, que o Rio Grande do Norte vai receber R$ 2,5 milhões em equipamentos. No estado, as cirurgias vão atender crianças e pacientes com problemas no quadril.