Contag diz que educação cresce nos assentamentos

04/02/2006 - 8h07

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que representa cerca de 10 milhões de trabalhadores rurais, informou que houve avanços, nos últimos três anos, na educação oferecida nos assentamentos.

De acordo com a secretária de Políticas Sociais da Contag, Alessandra Lunas, os recursos do Programa Nacional de Educação para Reforma Agrária (Pronera) tiveram um aumento de quase 200% desde 2003, sendo que orçamento do ano passado ficou em torno de R$ 43 milhões, "um valor bastante considerável". O Pronera, criado em 1998, é vinculado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A secretária disse, também, que o aumento das verbas vem possibilitando a organização de um número maior de escolas de ensino médio e fundamental e de nível superior. "Quando o Pronera foi criado, ele praticamente só abrangia a alfabetização. Hoje, universidades de 15 estados já oferecem cursos para assentados, em regimes especiais, como de férias", observou.

Segundo Alessandra, apenas 0,1% dos moradores do campo tem acesso às universidades. Esse número, contudo, seria maior entre os assentados, "graças aos recursos do Incra". Entre os cursos especiais, oferecidos pelas universidades aos moradores do campo, estão os de Pedagogia da Terra, Agronomia para a Agricultura Familiar e Direito para as Áreas de Reforma Agrária.

"Essas graduações são muito importantes porque possibilitam que os jovens possam ajudar na administração da agricultura familiar de suas comunidades, fixando essas populações no campo", afirmou.

Outro avanço diz respeito à estruturação de escolas diferenciadas nos assentamentos. "O programa faz parceria com entidades com a Contag e o MST para o levantamento das demandas das escolas rurais. A partir daí, conseguimos aumentar o número de professores capacitados para trabalhar nas escolas questões específicas do campo. Já conseguimos levar o debate das cisternas para escolas nordestinas e iniciamos a elaboração de livros didáticos específicos", disse.