Rio, 3/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, inaugurou hoje (3) mais 50 núcleos do programa Segundo Tempo, que prevê a inclusão social de crianças e adolescentes de comunidades carentes através da prática esportiva. Os núcleos ficam em favelas dos bairros de Campo Grande, Bangu, Santa Cruz, Realengo e Deodoro, todos na zona oeste do Rio, e vão atender 10 mil alunos matriculados em escolas públicas, na faixa de 7 a 14 anos.
As modalidades vão do futebol à natação, passando pelo atletismo, vôlei, basquete, handebol, capoeira e dança. Além do esporte, o programa oferece reforço escolar em português e matemática.
Os novos 50 núcleos serão gerenciados pela Vila Olímpica Moacyr Bastos, em Campo Grande. Na solenidade de assinatura do convênio, o ministro Agnelo Queiroz garantiu que não haverá cortes no orçamento do programa. Ele enfatizou que o Segundo Tempo absorve cerca de 70% da verba de todo o ministério e que a expectativa vai além do oferecimento da prática esportiva.
Segundo o ministro, o objetivo do programa é fortalecer a rede de proteção social de crianças e adolescentes. "Atendemos um milhão de crianças no Brasil, e a tendência é aumentar. Essa é a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem neste programa o principal da área do ministério. Não há risco nenhum de cortes num programa como este", afirmou.
A doméstica Rosemary Maria dos Santos, de 44 anos, disse que soube do programa por intermédio da Associação de Moradores do Jardim Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, onde vive. Rosemary inscreveu os dois filhos, um de 12 e outro de 14 anos, para tirá-los da rua no horário em que não estão na escola.
"Um estuda de manhã e o outro, à tarde. Aí, para preencher o espaço vago e não ficar à toa na rua, ou junto com outros, pensando besteira, eu os coloquei no programa, porque aqui eles vão aprender um esporte, e ainda vão ter o reforço escolar. Quero que eles ocupem o tempo livre com uma coisa importante, que é o esporte e a educação", disse ela.
O Segundo Tempo está presente em cerca de 900 municípios brasileiros. Somente no Rio de Janeiro, o programa atende a cerca de 100 mil crianças e adolescentes em 15 municípios. O ministro Agnelo Queiroz informou que o programa também já se estende a dois países africanos: Angola e Moçambique.
