Para Vidigal, petição entregue no STF é ''panfleto para quem quer mídia''

02/02/2006 - 16h15

Brasília, 2/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Edson Vidigal, classificou de "um panfleto para quem quer mídia", a petição entregue ontem (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por 35 magistrados, advogados e representantes da sociedade civil. Eles pedem que o presidente do STF, ministro Nelson Jobim, manifeste em cinco dias se vai concorrer a cargo político nas próximas eleições.

Vidigal disse que leu o documento, mas discorda dos magistrados por pedirem ao STF que interpele Jobim sobre uma questao de "foro íntimo" – a possibilidade de ele concorrer a um cargo politico nas próximas eleições. "Onde está o crime de responsabilidade? Puseram o nome dele numa pesquisa e ele ainda apareceu com um por cento. Querem proibir a imprensa de divulgar o resultado da pesquisa. Isso é um fato", afirmou, após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi ao Palácio do Planalto pedir apoio à aprovação das emendas do STJ no Orçamento de 2006, a serem votadas pelo Congresso Nacional.

Na interpelação entregue ao STF, os magistrados, advogados e representantes da sociedade civil – entre eles o juiz Cláudio Luís Braga, o professor universitário Goffredo da Silva Telles Júnior e o arcebispo Dom Luciano Mendes de Almeida – afirmam que não podem coexistir a permanência de ministro no cargo e a anunciada pré-candidatura, sem que estejam atingidas a imagem e a credibilidade do Supremo.

O documento diz ainda que a postura "dúbia" do presidente do STF permitiria críticas muito graves a sua atuação como ministro.