Quinze em cada 100 crianças e adolescentes explorados na mineração no mundo estão no Brasil, diz OIT

07/12/2005 - 14h57

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – Estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que, do total de um milhão de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos explorados em todo o mundo na atividade de extração e beneficiamento em minas e pedreiras, 146 mil, quase 15%, estão no Brasil.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2004 (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 25 de novembro, o país apresenta em torno de 5,3 milhões de trabalhadores infantis, para um universo de 246 milhões de crianças que trabalham em nível mundial, relata a OIT.

A situação brasileira do trabalho infantil na mineração está sendo pesquisada pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência e Tecnologia. As conclusões do trabalho serão apresentadas amanhã (8), na segunda etapa do Ciclo de Conferências sobre "A Questão de Gênero e Trabalho Infantil na Mineração Artesanal Sul-Americana". O evento faz parte do Programa Sul-Americano de Apoio às Atividades de Cooperação em Ciência e Tecnologia (Prosul), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo o Cetem, além de estarem sujeitos a longas jornadas sem equipamentos de proteção, os menores carregam cargas pesadas, acima de sua capacidade física, e estão expostos a níveis de temperaturas extremas, ruídos intensos e gases e vapores nocivos.

A coordenadora do Cetem no Prosul, Zuleica Castilhos, disse que o problema afeta também outros países da América do Sul. Representantes da Argentina, Bolívia e Peru participarão do ciclo de conferências.

A OIT elegeu o combate ao trabalho infantil na mineração como ponto central da campanha mundial de 2005.