Investigações apontam para inocência de policiais no caso do incêndio do ônibus, diz coronel da PM

05/12/2005 - 19h33

Vítor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - Investigações da Polícia Militar (PM) do Rio apontam para a inocência de dois sargentos acusados de extorquirem traficantes, no caso do ônibus 350 incendiado no subúrbio do Rio. A informação foi divulgada na tarde de hoje (5), pelo comandante-geral da PM, coronel Hudson de Aguiar Miranda.

Os dois policiais foram acusados, por meio de denúncias anônimas, de extorquirem dinheiro de bandidos do bairro da Penha, onde o ônibus foi incendiado. Segundo as suspeitas, os policiais teriam prendido um traficante e exigido do chefe do tráfico na região, conhecido como Lorde, o pagamento de um resgate. O caso ainda não foi concluído.

Segundo a denúncia, como Lorde se recusou a pagar a propina aos policiais, os dois mataram o outro bandido. Por causa disso, traficantes teriam se revoltado e incendiado o ônibus 350, na semana passada, e provocado a morte de cinco pessoas.

Mas, de acordo com Hudson, os policiais não praticaram a extorsão e o traficante foi morto por ter se envolvido em um tiroteio com os PMs. "Houve realmente um embate e que um dos acusados fazia parte na operação. Mas tudo esteve dentro das normas legais. Cabe a gente buscar algum indício. Mas à medida que a gente vai aprofundando, vai vendo que não houve, nesse caso, a participação dos policiais militares [numa suposta extorsão]", disse.

A Polícia Civil, que investiga os dois policiais e o caso do incêndio ao ônibus, disse esperar que a Justiça quebre o sigilo telefônico dos suspeitos para que seja feita uma investigação mais aprofundada.