Usina eólica, financiada pelo BNDES, já está em obras

29/09/2005 - 6h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – A construção dos três campos que vão compor o parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul, já começou. "Serão ao todo 75 torres de 98 metros de altura, com capacidade de 2 megawatts (MW) cada de geração de energia limpa, com inovação tecnológica", informou o presidente da companhia Ventos do Sul Energia,Telmo Magadan.

O cronograma estipulado pela Eletrobrás prevê a conclusão do parque até o final de 2006, com início de operação comercial em janeiro de 2007, "ainda que alguns campos já estejam prontos", ressaltou Magadan. Ele disse que a escolha do nome Ventos do Sul é uma alegoria à própria história do Rio Grande do Sul e à literatura gaúcha, que tem entre seus famosos representantes o escritor Érico Veríssimo, autor de "O Tempo e o Vento".

Alemanha, Espanha, Estados Unidos (Califórnia) e países nórdicos são, segundo o executivo, os principais produtores de energia eólica no mundo, devido à existência de áreas com ventos e ao fator "capacidade", que se refere ao número de horas/ano em que há ventos na região.

No Rio Grande do Sul, Magadan informou que o fator de capacidade, na média, é de 2,9 mil a 3 mil horas para 8,76 mil horas/ano. "É um fator maior que o europeu", afiançou. Ele disse, ainda, que em alguns lugares do Nordeste brasileiro, o fator de capacidade supera as 3 mil horas de ventos. Sublinhou, por outro lado, que a energia eólica é uma energia complementar à energia elétrica.

Os fatores favoráveis à geração eólica no Sul do país incluem a existência de ventos e linhas de transmissão próximas, o que garante a distribuição. O parque está situado a seis quilômetros da estação Osório, do sistema interligado.

O projeto eólico de Osório é o primeiro realizado no âmbito do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Fontes Alternativas(Proinfa) e também o primeiro a receber financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no montante de R$ 465 milhões, equivalente a 69% do investimento total. O restante será aplicado com capital próprio da Enerfin Enervento. "O grupo Elecnor está envolvido em 1,5 mil MW de energia eólica no mundo", revelou Magadan.