Banco do Nordeste aumentou crédito em 17% de janeiro a junho

31/08/2005 - 15h17

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza – O Banco do Nordeste (BnB) injetou R$ 2,45 bilhões na economia da região durante o primeiro semestre de 2005. O volume significa um aumento de crédito da ordem de 17% em relação ao primeiro semestre de 2004. Os números foram divulgados hoje (31) no balaço financeiro do banco. Segundo o presidente do BnB, Roberto Smith, o balanço confirma que "o banco vem atingindo seu objetivo de aumentar a capacidade de fomentar o desenvolvimento da Região".

Já o lucro líquido do banco foi reduzido em 92% no primeiro semestre deste ano, em relação ao período anterior. Mesmo assim, o lucro ficou em R$7 bilhões. Segundo superintendente Financeiro do BnB, João Francisco Peixoto, essa perda ocorreu em função de ajustes contábeis.

Francisco explicou que o banco teve operações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), fruto de renegociação prevista pela Lei 10.464, que foram contabilizadas em 2002 e 2003 sem a devida formalização. Além desse acerto contábil, o banco também teve que aumentar as provisões para ações judiciais, para atender exigências legais.

"Mas isso não afeta em nada a capacidade de investimento do banco. O que houve foram ajustes que eram necessários e provocaram essa redução do lucro mas que deverão ser gradativamente neutralizada ao longo do próximo semestre", disse Peixoto.

A maior parte dos recursos foi para as operações de longo prazo, envolvendo os grandes investimentos, que somaram R$ 1,6 bilhão, direcionados principalmente para o setor rural, que concentrou 36% desse valor – porque, segundo João Francisco Peixoto, a soma inclui os financiamentos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). Além disso, ele lembra que o BnB é obrigado por lei aplicar 50% do crédito na região do semi-árido, onde a atividade preponderante é a agropecuária. Isso explicaria por que o comércio ficou apenas com 23% do volume financiado e a indústria, com 19%.

O balanço apontou ainda um aumento de 97,9% no volume das operações de curto prazo (que incluem o microcrédito e câmbio), que captaram R$ 782,3 milhões. Só o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do BNB, mais conhecido como CrediAmigo, somou R$ 251,9 milhões em 275 mil contratos. Até junho, o CrediAmigo mantinha 175 mil clientes ativos, tendo atingido um total de R$ 1,8 bilhão em empréstimos acumulados desde sua criação, em 1998.