Genro de Roberto Jefferson nega ter tentado favorecer empresas em negócios com Correios

24/08/2005 - 17h45

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O genro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Marcus Vinícius de Vasconcelos Ferreira, negou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que tenha favorecido alguma empresa em negócios com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). No início do depoimento, que começou às 15h45, ele citou um episódio em que um amigo teria pedido para que ele intercedesse junto ao então diretor de Administração dos Correios, Antonio Osório, em favor de uma terceira pessoa, chamada César, que seria representante da Canon e teria perdido uma concorrência para a empresa Xerox.

Segundo Marcus Vinícius, ao comentar o pedido do colega, Antônio Osório teria dito que não receberia nenhum fornecedor e recomendou que ele conversasse com Mauricio Marinho, que era chefe do departamento de Contratação da estatal. O genro de Jefferson disse que tratou do assunto com Marinho, mas que respondeu que não poderia fazer nada.

Marcus Vinícius disse ainda que esteve nos Correios por "oito ou dez vezes" para encontrar-se com Antônio Osório. Segundo ele, os assuntos discutidos diziam respeito a questões políticas do PTB, uma vez que ambos eram membros da Executiva Nacional do partido. "Com o Maurício Marinho não estive por mais de duas vezes", acrescentou.

Perguntado pelo relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), sobre a sua renda nos últimos anos, o genro do deputado Roberto Jefferson fez uma rápida consulta ao seu advogado e respondeu que seus rendimentos devem ter somado cerca de R$ 200 mil, ganhos como assessor da diretoria de Meio Ambiente da Eletronuclear e assessor da Câmara dos Deputados, em diferentes períodos.

Marcus Vinicius é acusado de ser um dos operadores do suposto esquema de arrecadação de dinheiro em empresas estatais para o financiamento de campanhas políticas. Ele foi apontado como operador do esquema por Maurício Marinho, que foi flagrado em uma gravação de vídeo há cerca de três meses recebendo R$ 3 mil.