Hotéis, restaurantes e bares do Rio aderem à campanha contra exploração sexual infanto-juvenil

15/08/2005 - 12h54

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Município do Rio de Janeiro está engajado na Campanha Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A campanha é resultado de uma parceria da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e do Ministério da Justiça. Com o slogan Proteja como se fosse sua filha, a campanha é uma forma de incentivar caminhoneiros a denunciar situações de violência sexual nas estradas brasileiras.

Além dos panfletos e cartazes que a partir de hoje (15) vão ser distribuídos pelo Governo Federal nas estradas e vias terrestres de todo o país, os empresários do setor, no Rio de Janeiro, também vão divulgar material específico, elaborado com apoio do Ministério do Turismo. O objetivo é conscientizar os empresários da capital e do interior da necessidade de redobrar os cuidados com algumas práticas que já são rotineiras.

O presidente do Sindicato, Alexandre Sampaio de Abreu, citou como exemplo a obrigatoriedade de crianças e adolescentes desacompanhadas dos pais apresentarem a certidão de nascimento e uma autorização formal para que possam se hospedar com parentes não diretos. No caso de restaurantes e boates, ele citou a proibição da venda de bebidas alcoólicas e a permanência de menores de idade aos os horários permitidos por lei.

Alexandre Sampaio disse ainda que os gerentes e recepcionistas dos hotéis estão sendo orientados a reforçar a atenção com o chamado "serviço de acompanhante". "Nós não podemos entrar no sagrado direito da privacidade do quarto do hóspede. Temos o cuidado, e isso é uma coisa praticada com afinco pela hotelaria do Rio de Janeiro, de exigir a apresentação da carteira de identidade; reter a carteira do acompanhante na recepção até que o hóspede autorize a sua liberação". A medida acrescentou, é para evitar a aplicação de golpes como o "Boa Noite Cinderela", em que o hóspede é dopado e furtado pelo acompanhante.

De acordo com o presidente do Sindicato, a convenção salarial dos funcionários do setor que está em curso prevê uma cláusula, negociada por sugestão do Ministério do Turismo, que co-responsabilize criminalmente os funcionários do setor no caso de descumprimento das normas do hotel, casas noturnas ou empresas, no que se refere ao acesso e convidados nos estabelecimentos. "É importante que a gente possa avançar num processo de negociação que envolva a categoria na co-responsabilidade do gerente ou funcionário da recepção em qualquer quebra de eventual premissa que seja estabelecida", ressaltou Alexandre Sampaio".