Líder do governo diz que oposição exige de Lula um papel que não é dele

12/08/2005 - 20h45

Iolando Lourenço e Juliana Cézar Nunes
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), comentou há pouco as críticas da oposição ao pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, alguns parlamentares exigem do presidente um papel que não é dele.

"Quem exige que o presidente responda às questões que são do PT ou busca transformá-lo em um comentarista da crise, não vê a dimensão que o chefe de Estado e de governo deve ter para conduzir o destino do país", avalia Chinaglia. "O presidente não fugiu de falar sobre a crise política, mas deu também um tom geral, não só da crise. Creio que assim atendeu a um conjunto de interesse da sociedade."

O deputado petista ressaltou que as investigações sobre as denúncias têm sido feitas por determinação do presidente em instâncias como Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU). Como exemplo,.situou o caso do publicitário Duda Mendonça, que compareceu na quinta-feira (11) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, depois de passar a noite depondo na PF.

"As investigações não diferenciam se são ‘marqueteiros’ do presidente, do partido, de outro partido ou até mesmo pessoas aliadas", diz o líder do governo. Sobre o depoimento de Duda Mendonça, Chinaglia acredita que, apesar do publicitário ter recebido R$ 15 milhões do PT não declarados à Receita Federal, "ficou claro que no que diz respeito à campanha do presidente tudo foi resolvido de forma legal".

Para o líder do governo, a crise tem prejudicado os trabalhos legislativos. Ele citou a derrota do governo na votação do salário mínimo no Senado Federal e as dificuldades para a votação de matérias como a Medida Provisória 252 – mais conhecida como MP do Bem –, que tranca a pauta de votações na Câmara.

Chinaglia adiantou também que irá concentrar esforços para votar as matérias de interesse do país e do governo mesmo durante as investigações: "Sabemos que com esse clima não está fácil, mas não vamos deixar de tentar", conclui ele.