Em nota, Fazenda afirma que contatos de Palocci com Buratti foram ''apenas sociais''

12/08/2005 - 13h33

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A assessoria de Comunicação Social do Ministério da Fazenda divulgou nota hoje (12) na qual assegura que os contatos entre o ministro Antonio Palocci e seu ex-assessor na Prefeitura de Ribeirão Preto-SP, Rogério Tadeu Buratti, foram, nos últimos anos, "apenas sociais e eventuais; esporádicos".

Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário municipal de Ribeirão Preto (SP), foi citado pela empresa Gtech como consultor do governo indicado pelo ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz. No último dia 19, Buratti teve seu sigilo bancário quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos por suspeita de que essa indicação estaria relacionada com operações irregulares investigadas pela CPI.

Em resposta às notícias veiculadas sobre a manutenção de contatos do ministro com seu ex-assessor na prefeitura de Ribeirão Preto, a nota afirma que os dois ou três telefonemas de Rogério Buratti para a residência do ministro "foram, provavelmente, tentativas de contato que não prosperaram".

A nota acrescenta que o ministro da Fazenda acompanha o avanço das investigações dos órgãos competentes, e aguarda a conclusão das investigações sobre trocas de telefonemas entre Rogério Buratti e atuais assessores. Por último, a nota informa que Palocci "está aberto para os esclarecimentos necessários".

O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que o depoimento do ex-secretário municipal de Ribeirão Preto, Rogério Buratti, levou os integrantes da comissão a crer que ele mentiu em seu depoimento. "Foram mostradas evidências que o contrato da Gtech o envolveu, e ele deve ter levado vantagens nesse contrato. E tudo que ele disse não convenceu os integrantes da CPI", disse.

O relator propôs uma nova convocação de Buratti, e também uma acareação com os dirigentes da Gtech. Na semana passada, os ex-diretores da empresa acusaram o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz de pedir propina para renovar o contrato com a Caixa Econômica Federal, além de exigir que Buratti fosse contratado como consultor.